quinta-feira, 21 de novembro de 2013

PERFIL DO PROFESSOR CONTEMPORÂNEO

Por Mari Monteiro



  CONTEMPORÂNEO: "aquilo  ou quem é do mesmo tempo ou da   mesma época.  Que ou quem é do tempo   atual"( in Dicionário Priberam da Língua  http://www.priberam.pt/dlpo/contempor%C3%A2neo [consultado em 21-11-2013]. Esclarecido o conceito de contemporâneo, torna-se possível iniciarmos uma CONVERSA sobre as exigências profissionais inerentes ao professor contemporâneo.


Soma-se a isso o fato de que o professor, "DESTE TEMPO" (tempo atual),  necessita, além de conhecer o contexto social e histórico, saber diferenciá-lo dos tempos de outrora. A criança de hoje não é a mesma da década passada; logo, possui necessidades e curiosidades distintas "daquele tempo". Não há como esperar que a criança - NASCIDA NA ERA DIGITAL - aprenda apenas de forma analógica. Tal fato exige do professor NOVAS POSTURAS e; sobretudo, certa flexibilidade para ir se transformando e acompanhando as mudanças incessantes deste tempo. Mesmo porque, caso contrário, o professor será ARRASTADO por elas.


Nesse sentido, ressalto uma reportagem interessante, a este respeito. Tal reportagem agrupou de maneira sucinta as seis principais características do professor contemporâneo:

1 - TER BOA FORMAÇÃO

2 -  USAR NOVAS TECNOLOGIAS

3 ATUALIZAR-SE NAS NOVAS DIDÁTICAS

4 - TRABALHAR EM EQUIPE

5 - PLANEJAR E AVALIAR SEMPRE

6 - TER ATITUDE E POSTURA PROFISSIONAIS


Deve-se acrescentar  às características mencionadas as questões sócio-afetivas. Impossível descartá-las. É certo que o aluno aprende melhor quando este estabelece um vínculo com seu professor e vice-versa. Contudo, não se trata do " vínculo paternalista". Já dizia o mestre Paulo Freire: "Professora sim, tia não!". Daí o EQUILÍBRIO entre a sensibilidade e a razão. Não precisamos ser OITO ou OITENTA. Podemos, buscar o "QUARENTA"... Ou, minimamente, nos aproximar deste ponto de equilíbrio.


A formação por si só não garante um aprendizado de qualidade e muito menos o afeto sozinho. NÃO É FÁCIL. Ninguém que transita pela educação ousaria afirmar isso. Contudo, não é impossível e nem tão distante assim. A TECNOLOGIA está, praticamente, ao alcance de todos. O que NÃO EXCLUI o gosto pelo clássico e o ensino do acervo histórico da humanidade.  A FORMAÇÃO é uma busca incessante; aliás, costumo dizer que quando frequentamos universidades voltadas para a educação e comparamos com outros cursos, percebemos uma distinção muito interessante: O PROFESSOR (aquele que sabe bem o que quer) GOSTA DE APRENDER DE UMA FORMA MAIS PROFUNDA. Sabem por quê? Porque ele tem CONSCIÊNCIA DE QUE NECESSITARÁ DO SEU APRENDIZADO PARA ENSINAR O OUTRO. O que não acontece, necessariamente, em outras profissões. Quem cursa a Universidade, cuja responsabilidade será ensinar outras pessoas? 

Restam ainda: o COMPROMETIMENTO E A ALEGRIA. O comprometimento é aquela atitude quase mágica que, quando a adquirimos, a consciência pesa; a cumplicidade aumenta; o desejo grita e o respeito se instala nas relações. E a ALEGRIA porque é impossível ensinar sem ela. Impossível aprender com fisionomias carrancudas; com gritos carregados de ressentimentos e SEM O BRILHO NO OLHAR. 


Assim, quando não houver mais intensidade e desejo no que se faz enquanto professor, não existirão tecnologia, formação, planejamento ou avaliação que suportem o VAZIO deixado pela falta de PRAZER em compartilhar o que se sabe e pela HUMILDADE de aprender todos os dias algo novo, principalmente com nossos alunos. Pois, se pararmos para pensar sobre isso, antes de dormir, perceberemos que estamos ACRESCIDOS de tantas coisas (nem sempre boas, mas quem disse que remédio amargo não cura também?) e que, por isso, AMANHECEREMOS outros. Isso é privilégio de poucos. É reconfortante não saber o que nos espera amanhã; que tudo  pode acontecer na próxima meia hora, inclusive NADA. Quem define isso? A "QUERÊNCIA" (como diria minha avozinha) de cada um.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA

POR MARI MONTEIRO


Tenho para mim que os seres humanos nascem, de certa forma, livres de todo preconceito. Explico: Não acredito que exista um "gene do preconceito"; ou seja, que alguém já nasça predisposto a, gratuitamente, ser uma pessoa preconceituosa. 



Por outro lado, o preconceito, inegável e lamentavelmente, existe. O que nos remete a outras tantas reflexões: por que ser preconceituoso? O que se ganha (ou se perde) sendo preconceituoso? Em que momento de nossas vidas nos damos conta do preconceito em nosso meio? Até  então, estamos no âmbito da especulação social. Contudo; quando acontece conosco, quando sentimos alguma forma de preconceito na pele, é que percebemos o quanto este aspecto é pernicioso e  a intensidade da dor por ele causada.


Diante disso, não há como não refletir sobre o preconceito. Não que tal reflexão tenha data marcada para acontecer: apenas dia 20 de novembro de cada ano; mas, sim, diariamente, na nossa rotina social... É necessário acompanhar nossas próprias atitudes frente à diversidade que nos rodeia e dela tirar proveito, no sentido mais POSITIVO da palavra. Só aprendemos e amadurecemos com o que diverge de nós em todo e qualquer sentido. Há tanta riqueza; por exemplo, na cultura afro. Temos tanto ainda por aprender.  Daí a necessidade da convivência diária, do diálogo, da reciprocidade e do respeito mútuo. A título de conhecimento histórico, segue um pronunciamento da Sra. Ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, proferido em 2008, ocasião em que se comemorou 35 anos da Consciência Negra. (In. http://www.planalto.gov.br/seppir/20_novembro/apres.htm acesso em 19/11/2013)



“A luta pela liberdade dos negros brasileiros jamais cessou. Em 1971, um significativo capítulo de nossa história vinha à tona pela ação de homens e mulheres do Grupo Palmares. Lá do Rio Grande do Sul era revelada a data do assassinato de Zumbi, um dos ícones da República de Palmares. Passados sete anos, ativistas negros reunidos em congresso do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial cunharam o 20 de novembro como Dia da Consciência Negra. Em 1978, era dado o passo que tornaria Zumbi dos Palmares um herói nacional, vinculado diretamente à resistência do povo negro.

Herdamos os propósitos de Luiza Mahin, Ganga Zumba e legiões de homens e mulheres negras que se rebelaram a um sistema de opressão. Lançaram mão de suas vidas a se conformarem com a prisão física e de pensamento. Contrapuseram-se ante às tentativas de aniquilamento de seus valores africanos e contribuíram com seus saberes para a fundação e o progresso do Brasil.

Orgulhosamente, exaltamos nossa origem africana e referendamos a unidade de luta pela liberdade de informação, manifestação religiosa e cultural. Buscamos maior participação e cidadania para os afro-brasileiros e nos associamos a outros grupos para dizer não ao racismo, à discriminação e ao preconceito racial.

Que este 20 de Novembro, assim como todos os outros, seja de muita festividade, alegria e renove nossas energias para continuarmos nossa trajetória para conquista de direitos e igualdade de oportunidades. Estejamos todos, homens e mulheres negras, irmanados nesta caminhada pela liberdade e pela consciência da riqueza da diversidade racial!”

Resta -nos, assim, refletir o que (e o quanto) mudou desde 2008, ano em que tal discurso foi preferido. Principalmente, sobre o quanto já nos encontramos REALMENTE LIVRES das mais variadas formas de preconceito.