terça-feira, 15 de abril de 2014

NECESSIDADE DE ATENÇÃO: EIS A QUESTÃO!

Por Mari Monteiro



Há incontáveis pesquisas que afirmam que a necessidade de obter atenção é responsável por grande parte dos conflitos existentes dentro e fora do ambiente escolar. Independentemente do local ou classe social e resguardado o nível de maturidade de cada indivíduo, a necessidade de atenção tende a conduzir o indivíduo a atitudes que, na maioria dos casos, resultam em discórdias entre este e o grupo.


No caso das crianças pequenas, este comportamento pode até passar despercebido, mas nem por isso deixa de causar danos. Por exemplo, na ânsia de suprir  a ausência no lar, muitos pais enchem os filhos de mimo e de proteção. Com o passar do tempo, a criança se dá conta de que basta uma manhãzinha e lá está o que quero: algo material. Como se algo material pudesse ocupar o vazio de um sentimento; a falta de memória sobre um tempo que não volta mais... Pronto! está estabelecida a Técnica de Manipulação. Ou seja, a certa altura a criança (e isso se agrava com a adolescência) percebe que é capaz de manipular pais, professores e amigos.


A este respeito, Adriana Carvalho (2013) afirma que "Querer ter a atenção dos pais, dos professores ou dos colegas é um desejo natural de qualquer criança. Mas há casos em que essa necessidade se mostra exagerada. (...) Há ainda situações em que o objetivo da criança ao chamar a atenção não é obter aprovação e admiração e sim conseguir algo que quer. Isso acontece, por exemplo, quando arma um escândalo, prende a respiração ou bate a cabeça para ganhar o brinquedo ou doce que lhe foi negado."




No ambiente  escolar, a necessidade de chamar a atenção pode representar diferentes facetas. Ora a criança fará isso para ser notado, simplesmente isso; ora, fará isso para se sobressair de modo, por vezes arrogante, objetivando sentir-se  e ser considerada MELHOR e SUPERIOR. As duas situações são perniciosas. Pois, de qualquer modo, a criança não estará agindo com naturalidade. Carvalho (Op. cit.), afirma que  nestes casos, os alunos são aqueles que querem responder a todas as perguntas do professor, sem dar chance aos demais de participar. Outros exemplos são os das crianças que gostam de mostrar o quanto são bonitas, populares ou hábeis em algum esporte ou brincadeira. Algumas vezes, para se sobressair, os pequenos tomam atitudes que podem magoar os demais: apontam os “defeitos” daqueles que não são tão “bons” quanto ele.






O perigo maior é que nós, adultos, pais e professores, deixemos passar estas situações e, com isso, alimentemos cada vez mais o ego de uma criança manhosa, que se tornará um adolescente arrogante e um adulto manipulador e dissimulado. Obviamente, não há nenhuma virtude nisso. Mas, como evitar tais comportamentos?

Nas situações em que  a criança é ávida por atenção no ambiente escolar, a dica de Carvalho (Op. Cit.) é mostrar à criança que cada um tem a sua vez e que ela precisa dar oportunidade aos outros de participar da atividade em questão, seja uma lição feita em classe, seja uma partida de um jogo. Não é porque ela sabe todas as respostas ou tem mais habilidade que deve dominar a cena ou "furar" a vez dos outros. Além disso, explique que os colegas ou irmãos podem ficar chateados com sua atitude. Vale aqui o velho ditado: "O importante não é ganhar, é participar".



No tocante aos pais, Carvalho (Op. Cit.) recomenda que , quando estes perceberem que é birra, não devem dar importância a atitudes inadequadas da criança. Quando a birra expuser a criança a algum tipo de risco, fique por perto, de modo a evitar  dar atenção direta a ela. O melhor a fazer sempre é ignorar as atitudes de birra. Trata-se de uma situação difícil e há pais que cedem a esse comportamento inadequado da criança. Essa atitude dos pais, geralmente, traz consequências negativas. Os pais devem sempre mostrar que quem está no controle da situação são eles, e não os filhos. Os pais podem mostrar ao filho que há maneiras mais adequadas de se expressar, como o diálogo. Pois, cedo ou tarde, a criança encontrará pessoas com  diferentes opiniões e  com diferentes sentimentos.

Enfim, uma vez que todo adulto sabe da premissa de que a atitude de chamar a atenção é sempre o SINTOMA de algo e que as CONSEQUENCIAS deste comportamento, quase sempre, são negativas, não por que ignorar que atitudes preventivas devem ser tomadas. Não há, nestes casos, como fugir a um diálogo franco entre os pais ( entre pais e educadores, se for o caso) e entre estes e a criança. A vida é menos cruel para aqueles QUE CONSEGUEM DIALOGAR; para aqueles que APRENDEM QUE A ARROGÂNCIA E A MANIPULAÇÃO não os conduzirá por bons caminho... É a aquela velha e boa história: NÓS JÁ CONHECEMOS O CAMINHO DAS PEDRAS. Além disso, um pouco de frustração ajuda a criança a crescer emocionalmente e a aceitar  fato de que a vida não boa o tempo todo.

x

segunda-feira, 14 de abril de 2014

ORIGEM DO OVO DE PÁSCOA

POR MARI MONTEIRO

No próximo final de semana será comemorado o Domingo de Páscoa. Um  dos tantos assuntos, sobre o tema, que podem ser desenvolvidos na sala de aula, diz respeito à origem do ovo de páscoa. para tanto, recorremos a uma pesquisa minuciosa que nos revela as seguintes informações: 

Em várias antigas culturas espalhadas no Mediterrâneo, no Leste Europeu e no Oriente, observamos que o uso do ovo como presente era algo bastante comum. Em geral, esse tipo de manifestação acontecia quando os fenômenos naturais anunciavam a chegada da primavera.


Não por acaso, vários desses ovos eram pintados com algumas gravuras que tentavam representar algum tipo de planta ou elemento natural. Em outras situações, o enfeite desse ovo festivo era feito através do cozimento deste junto a alguma erva ou raiz impregnada de algum corante natural. Atravessando a Antiguidade, este costume ainda se manteve vivo entre as populações pagãs que habitavam a Europa durante a Idade Média.


Nesse período, muitos desses povos realizavam rituais de adoração para Ostera, a deusa da Primavera. Em suas representações mais comuns, observamos esta deusa pagã representada na figura de uma mulher que observava um coelho saltitante enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta imagem há a conjunção de três símbolos (a mulher, o ovo e o coelho) que reforçavam o ideal de fertilidade comemorado entre os pagãos.


A entrada destes símbolos para o conjunto de festividades cristãs aconteceu com a organização do Concilio de Niceia, em 325 d.C.. Neste período, os clérigos tinham a expressa preocupação de ampliar o seu número de fiéis por meio da adaptação de algumas antigas tradições e símbolos religiosos a outros eventos relacionados ao ideário cristão. A partir de então, observaríamos a pintura de vários ovos com imagens de Jesus Cristo e sua mãe, Maria.


No auge do período medieval, nobres e reis de condição mais abastada costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com o uso de ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Até que chegássemos ao famoso (e bem mais acessível!) ovo de chocolate, foi necessário o desenvolvimento da culinária e, antes disso, a descoberta do continente americano.


Ao entrarem em contato com os maias e astecas, os espanhóis foram responsáveis pela divulgação desse alimento sagrado no Velho Mundo. Somente duzentos anos mais tarde, os culinaristas franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate da História. Depois disso, a energia desse calórico extrato retirado da semente do cacau também reforçou o ideal de renovação sistematicamente difundido nessa época." (Mais informações em brasilescola.com/pascoa/a-origem-ovo-pascoa.htm - acesso em 14/04/2014)

 
FELIZ PÁSCOA A TODOS!!!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

ÀS VOLTAS COM O BULLYING...

POR MARI MONTEIRO




Impressionante como os fatos “se perdem” na correria cotidiana. Não raramente, ouvimos relatos sobre casos de bullying escolar e, no máximo, em dois dias, o assunto já é outro.  Um aspecto que conta muito quando o assunto é bullying, é o fato de que, quando algo é noticiado, é porque a situação chegou ao extremo, como é caso da estudante de Limeira espancada ONTEM pelas colegas de sala. O motivo? ELA É BONITA!


“A estudante de 15 anos que foi agredida dentro da sala de aula por ser bonita, segundo o pai da adolescente, pretende voltar às aulas na mesma escola estadual em Limeira. "Não vou dizer que estou tranquila, mas sei que é importante estudar e vou voltar. Só espero que não apanhe de novo", disse à reportagem do UOL.
Ela foi internada na Santa Casa da cidade, na noite de ontem, após passar mal durante um depoimento que prestava à polícia. Ela ficou em observação e foi liberada na manhã desta quinta (10).”

“A reportagem também conseguiu falar com um companheiro de sala da vítima. Segundo ele, as agressoras há muito tempo vinham ameaçando a adolescente. ‘Ela (a vítima) não é a pessoa mais amada da sala, muitos acham ela meio metidinha. As meninas que bateram viviam ameaçando, mas ninguém achou que ia acontecer algo como o que aconteceu’, disse.”

Pensemos o seguinte: é errado ser bonito (a)? A questão é que os VALORES não são mais desenvolvidos, nem no ambiente escolar e nem no ambiente familiar. As relações humanas estão cada vez mais superficiais e pautadas por “sentimentos” como: inveja; raiva; insegurança; preconceito etc. Aqui não cabe enumerar culpados. Mas cabe, enquanto educadores, ORGANIZAR AÇÕES PREVENTIVAS. Há que existir nas aulas espaços para que os valores sejam apresentados; desenvolvidos e reportagem. Dirão: “Mas esse é o papel da família!” Que família?

Agora consideremos o fato (fato porque isso não é nenhuma novidade; sobretudo no meio educacional) de que as famílias também estão perdidas. Não raramente, ouvimos frases como: “não sei o que fazer com ele (a) professora!”; Não sei onde ele aprendeu isso!”Não por acaso, existem as  disciplinas classificadas como HUMANAS. Esta denominação, por si só, já nos dá uma margem que permite planejar ações interdisciplinares que abordem o bullying e, mais especificamente, a PREVENÇÃO deste.


Ações preventivas contra o bullying podem (e devem) ser abordadas e implementadas desde as séries iniciais, com o objetivo de aprofundar as discussões e as dinâmicas de prevenção ao longo das séries seguintes. E, sempre que possível, estabelecer uma PARCERIA entre a escola e a família, porque a OMISSÃO é a pior atitude. 

Há uma vasta literatura sobre bullying (impressa ou disponível na internet). Porém, mais que estudar a respeito é aprender a identificar os focos de bullying no início, ainda nas agressões silenciosas: aquelas em que os gestos falam mais que tudo. São gestos de desdém. Provocações veladas... Mas que, nem por isso doem menos na vítima.



















Assim sendo, fiquemos todos atentos às relações estabelecidas no meio escolar. Pois, quanto antes identificados os sintomas, menos complexa se tornará a problemática do bullying escolar.