POR MARI MONTEIRO
Impressionante como os fatos “se perdem” na correria cotidiana. Não
raramente, ouvimos relatos sobre casos de bullying escolar e, no máximo, em
dois dias, o assunto já é outro. Um
aspecto que conta muito quando o assunto é bullying, é o fato de que, quando
algo é noticiado, é porque a situação chegou ao extremo, como é caso da
estudante de Limeira espancada ONTEM pelas colegas de sala. O motivo? ELA É
BONITA!
“A estudante de 15 anos que foi agredida dentro da sala
de aula por ser bonita, segundo o pai da adolescente, pretende voltar às aulas na mesma escola
estadual em Limeira. "Não vou dizer que estou tranquila, mas sei que é importante
estudar e vou voltar. Só espero que não apanhe de novo", disse à
reportagem do UOL.
Ela foi internada na Santa Casa da cidade, na noite de ontem, após
passar mal durante um depoimento que prestava à polícia. Ela ficou em
observação e foi liberada na manhã desta quinta (10).”
“A reportagem também conseguiu falar com um
companheiro de sala da vítima. Segundo ele, as agressoras há muito tempo vinham
ameaçando a adolescente. ‘Ela (a vítima) não é a pessoa mais amada da sala,
muitos acham ela meio metidinha. As meninas que bateram viviam ameaçando, mas
ninguém achou que ia acontecer algo como o que aconteceu’, disse.”
Pensemos o seguinte: é errado ser bonito (a)? A
questão é que os VALORES não são mais desenvolvidos, nem no ambiente escolar e
nem no ambiente familiar. As relações humanas estão cada vez mais superficiais
e pautadas por “sentimentos” como: inveja; raiva; insegurança; preconceito etc.
Aqui não cabe enumerar culpados. Mas cabe, enquanto educadores, ORGANIZAR
AÇÕES PREVENTIVAS. Há que existir nas aulas espaços para que os valores sejam
apresentados; desenvolvidos e reportagem. Dirão: “Mas esse é o papel da
família!” Que família?
Agora consideremos o fato (fato porque isso não
é nenhuma novidade; sobretudo no meio educacional) de que as famílias também
estão perdidas. Não raramente, ouvimos frases como: “não sei o que fazer com
ele (a) professora!”; Não sei onde ele aprendeu isso!”Não por acaso, existem
as disciplinas classificadas como
HUMANAS. Esta denominação, por si só, já nos dá uma margem que permite planejar
ações interdisciplinares que abordem o bullying e, mais especificamente, a
PREVENÇÃO deste.
Ações preventivas contra o bullying podem (e
devem) ser abordadas e implementadas desde as séries iniciais, com o objetivo
de aprofundar as discussões e as dinâmicas de prevenção ao longo das séries
seguintes. E, sempre que possível, estabelecer uma PARCERIA entre a escola e a
família, porque a OMISSÃO é a pior atitude.
Há uma vasta literatura sobre
bullying (impressa ou disponível na internet). Porém, mais que estudar a
respeito é aprender a identificar os focos de bullying no início, ainda nas
agressões silenciosas: aquelas em que os gestos falam mais que tudo. São gestos
de desdém. Provocações veladas... Mas que, nem por isso doem menos na vítima.
Assim sendo, fiquemos todos atentos às relações
estabelecidas no meio escolar. Pois, quanto antes identificados os sintomas,
menos complexa se tornará a problemática do bullying escolar.
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