quinta-feira, 10 de abril de 2014

ÀS VOLTAS COM O BULLYING...

POR MARI MONTEIRO




Impressionante como os fatos “se perdem” na correria cotidiana. Não raramente, ouvimos relatos sobre casos de bullying escolar e, no máximo, em dois dias, o assunto já é outro.  Um aspecto que conta muito quando o assunto é bullying, é o fato de que, quando algo é noticiado, é porque a situação chegou ao extremo, como é caso da estudante de Limeira espancada ONTEM pelas colegas de sala. O motivo? ELA É BONITA!


“A estudante de 15 anos que foi agredida dentro da sala de aula por ser bonita, segundo o pai da adolescente, pretende voltar às aulas na mesma escola estadual em Limeira. "Não vou dizer que estou tranquila, mas sei que é importante estudar e vou voltar. Só espero que não apanhe de novo", disse à reportagem do UOL.
Ela foi internada na Santa Casa da cidade, na noite de ontem, após passar mal durante um depoimento que prestava à polícia. Ela ficou em observação e foi liberada na manhã desta quinta (10).”

“A reportagem também conseguiu falar com um companheiro de sala da vítima. Segundo ele, as agressoras há muito tempo vinham ameaçando a adolescente. ‘Ela (a vítima) não é a pessoa mais amada da sala, muitos acham ela meio metidinha. As meninas que bateram viviam ameaçando, mas ninguém achou que ia acontecer algo como o que aconteceu’, disse.”

Pensemos o seguinte: é errado ser bonito (a)? A questão é que os VALORES não são mais desenvolvidos, nem no ambiente escolar e nem no ambiente familiar. As relações humanas estão cada vez mais superficiais e pautadas por “sentimentos” como: inveja; raiva; insegurança; preconceito etc. Aqui não cabe enumerar culpados. Mas cabe, enquanto educadores, ORGANIZAR AÇÕES PREVENTIVAS. Há que existir nas aulas espaços para que os valores sejam apresentados; desenvolvidos e reportagem. Dirão: “Mas esse é o papel da família!” Que família?

Agora consideremos o fato (fato porque isso não é nenhuma novidade; sobretudo no meio educacional) de que as famílias também estão perdidas. Não raramente, ouvimos frases como: “não sei o que fazer com ele (a) professora!”; Não sei onde ele aprendeu isso!”Não por acaso, existem as  disciplinas classificadas como HUMANAS. Esta denominação, por si só, já nos dá uma margem que permite planejar ações interdisciplinares que abordem o bullying e, mais especificamente, a PREVENÇÃO deste.


Ações preventivas contra o bullying podem (e devem) ser abordadas e implementadas desde as séries iniciais, com o objetivo de aprofundar as discussões e as dinâmicas de prevenção ao longo das séries seguintes. E, sempre que possível, estabelecer uma PARCERIA entre a escola e a família, porque a OMISSÃO é a pior atitude. 

Há uma vasta literatura sobre bullying (impressa ou disponível na internet). Porém, mais que estudar a respeito é aprender a identificar os focos de bullying no início, ainda nas agressões silenciosas: aquelas em que os gestos falam mais que tudo. São gestos de desdém. Provocações veladas... Mas que, nem por isso doem menos na vítima.



















Assim sendo, fiquemos todos atentos às relações estabelecidas no meio escolar. Pois, quanto antes identificados os sintomas, menos complexa se tornará a problemática do bullying escolar.






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