POR MARI MONTEIRO
Apesar da matéria em questão tratar, especificamente, das dificuldades em Língua Portuguesa, encontradas pelos alunos do Ensino Médio, cabe aqui uma reflexão que nos remete à aprendizagem nas séries iniciais. A propósito, esta é uma questão passível de um debate mais aprofundado. Sob meu ponto de vista, as principais dificuldades encontradas, seja no Ensino Fundamental II ou no Ensino Médio, deve-se, em sua maioria, a sequelas e a lacunas deixadas pelo Ensino Fundamental I, que se AGRAVARAM no decorrer das séries seguintes.
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http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/p00007.htm |
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Explico. A ESCRITA ESPONTÂNEA e a ARGUMENTAÇÃO, por exemplo, são atividades que envolvem uma ALFABETIZAÇÃO REAL e não apenas um "parecer" de que o aluno está "silábico - alfabético". Num 5º ano, por exemplo, o aluno PRECISA DE SER MUITO MAIS DO QUE UM SILÁBICO ALFABÉTICO. Ele precisa estar alfabetizado, de fato, para que seu professor possa desenvolver, juntamente com ele, outras habilidades, o que inclui uma ESCRITA CADA VEZ MAIS APRIMORADA. Trata-se, a meu ver, de uma questão de MERECIMENTO. Toda criança merece (E TEM O DIREITO) de "ir para o fundamental II" com estas habilidades garantidas: a escrita espontânea e a argumentação. Como isso não acontece,na maioria dos casos, nos deparamos com dados como os que seguem, publicados ONTEM 31/03/2014):
“Quase quatro em cada dez alunos chegaram ao fim do ensino médio na
rede estadual de São Paulo sabendo menos do que o básico em Português. No 9.º
ano, essa proporção é de três em cada dez. Como o Estado revelou nesta
quinta-feira, 27, a qualidade da educação caiu no ensino médio e ficou
estagnada no fim do fundamental, segundo o Índice de Desenvolvimento da
Educação do Estado de São Paulo (IDESP).
Os níveis de proficiência são organizados a partir da pontuação
dos alunos nas provas de Português e Matemática no Sistema de Avaliação do
Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Sabesp). São quatro níveis: abaixo
do básico, básico, adequado e avançado. A Secretaria de Estado da Educação
considera como suficiente o desempenho dos alunos que fiquem entre os níveis
básico e avançado. A pasta não informou, no entanto, as médias alcançadas pela
rede nas duas provas - não é possível saber se houve piora nas duas avaliações.A proporção de alunos que ficaram no pior nível de proficiência
(abaixo do básico) aumentou tanto no ciclo 2 do fundamental (6.º ao 9.º ano)
quanto no médio entre 2013 e 2012. No fundamental, 30% ficaram no patamar, ante
28,5% no ano anterior. São alunos incapazes, por exemplo, de organizar, em
sequência, os episódios principais do enredo, em conto e fábula.Já no ensino médio, 39,6% estão nesse nível mais baixo, ante
34,4% em 2012. Com esse desempenho, um aluno do 3.º ano não consegue, por
exemplo, distinguir um fato da opinião sobre esse mesmo fato em um artigo
opinativo.”. (In.
http://estadao.br.msn.com/educacao/alunos-n%C3%A3o-sabem-nem-o-b%C3%A1sico-em-portugu%C3%AAs – Acesso em 1º/04/2014)
Portanto, é URGENTE que sejam planejadas e executadas AÇÕES desde as primeiras séries do Ensino Fundamental, para que, ao se deparar com um número maior de professores e de CONTEÚDOS, os alunos sejam capazes de assimilar os conteúdos e de transformar as informações em CONHECIMENTO. Diante dos resultados PROMISSORES do IDESP para o desempenho dos alunos do Ensino Fundamental I, devemos estar na direção correta! Então, façamos a nossa parte. No mais, é torcer para que, nas séries seguintes, os alunos possam continuar contando com profissionais COMPROMETIDOS e EMPENHADOS na aprendizagem real e não naquela que, mascarada, MARGINALIZA e EXCLUI.
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