POR MARI MONTEIRO
Não entendo muitas coisas na Educação. O que não é ruim;
pois os questionamentos e as dúvidas nos movem. Mas, há uma questão em
particular que me “perturba” desde que fiz o extinto Curso de Magistério (aquele
em que o colegial com duração de QUATRO ANOS equivalia ao Ensino Médio com
Habilitação para ministrar aulas). Trata-se do fato de o professor, de um modo
geral, e quem me dará o parâmetro do quão geral é, serão os ESPERADOS
COMENTÁRIOS que, eventualmente, sejam feitos acerca deste artigo, NÃO GOSTA DE
LER.
Diante disso, há no mínimo dois aspectos que podem ser
enumerados e que “servem” de defesa (ou, se preferir, de justificativa) para o
fato de o professor não ler com a frequência que deveria e que, sei, MUITOS
GOSTARIAM. Dentre eles; o PREÇO dos livros: altíssimo para os padrões e vida do
brasileiro; a FALTA DE TEMPO; há muitos professores que lecionam TRÊS períodos.
Ler quando? E como?
Sobre o preço, realmente livro é um objeto de consumo caro.
Mas, este argumento cai por terra, quando nos lembramos dos e – books e dos
inúmeros sites que permitem baixar livros de graça. Além disso, toda escola (ou
a maioria delas) conta com um acervo de livros para a formação do professor e
periódicos de excelente qualidade; incluindo a REVISTA PÁTIO. Sabe quanto
custaria esta revista, caso fôssemos comprá-la nas bancas? Tenho o exemplar
deste trimestre em mãos (Janeiro/Março 2014) cujo preço é R$ 37,00.
Praticamente o preço de alguns livros. Há, inclusive, livrarias que fornecem
descontos para professores. Perceba que o problema relacionado aos preços não é
tão grande assim.
Quanto ao tempo. Ah! O tempo! A falta deste é sim um grande
problema. Eu mesma tenho diversos livros ainda intactos em casa que ganhei em
aniversários, natal etc. Como gostaria de mais tempo para lê-los... Mas, ler
CAL – MA- MEN –TE. E não como quem lê para cumprir uma lista pré-vestibular. Ou
porque o livro é emprestado e preciso devolvê-lo logo. Contudo, LEIO. Não COMO
e nem QUANTO gostaria; mas, LEIO. O que
é sempre melhor que nada. Aliás, considero esta a melhor “época” para ler.
Pois, não lemos mais fazer provas ou resenhas. Podemos nos dar ao luxo de LER
POR PURO PRAZER; seja para nossa formação; sejam romances; contos; artigos,
enfim... Tudo que nos interessar e não o que, enquanto estudávamos, nos era
IMPOSTO.
A propósito, a questão da OBRIGATORIEDADE DA LEITURA;
sobretudo, no Ensino Médio é, a meu ver, a grande vilã da geração dos “não –
leitores”. Porque, a gente odiava os livros; tinha prazos curtos; a linguagem
era por demais distante da nossa... E, depois, havia sempre uma cobrança para
notas. Atualmente, vejo os professores
oportunizando aos alunos uma variedade grande de livros; várias opções de
gênero. O aluno, por sua vez, no mínimo, tem uma grande diversidade para
manusear e para escolher. ESCOLHA. Esta deve ser a palavra – chave. Deveríamos
todos poder frequentar as livrarias e ESCOLHER QUAL LIVRO COMPRAR. Dirão: “Não
precisa comprar, pega emprestado na escola ou na biblioteca da cidade”. Sim. É
uma alternativa viável. Mas, nada se compara ao prazer de escolher o NOVO; O
SEU LIVRO (que poderá ser grifado, no qual poderão ser feitas as mais diversas
anotações); a dignidade de pagar pelo livro agrega mais valor à leitura. Digo
isso porque conheço muitos alunos que abrem mão de passeios ou roupas novas
para comprar dois ou três livros novos.
Indiscutivelmente, nos esforçamos para que nossos alunos
leiam. E presencio na E.E. Carlos Drummond de Andrade um grande empenho para
que isso aconteça. Mas e nós? E quanto aos NOSSOS LIVROS; as NOSSAS ESCOLHAS;
ao NOSSO TEMPO? Fica o desafio. Muito provavelmente (e isso é o que acontece
comigo e, creio, com vários outros educadores), teremos de abrir mão de alguma
coisa; trocar uma novela por um capítulo de um livro; meia hora de sono pela
leitura de um conto ou artigo... Pois, por mais insignificante que estas ações
possam parecer, elas FAZEM A DIFERENÇA. Terei mais assunto, mais conteúdo, mais
argumentos... Posso dividir com meus alunos o que tenho lido. E eles saberão:
MEU PROFESSOR LÊ! E, cá entre nós, nada como o bom e velho EXEMPLO.
Para terminar, FICA O DESAFIO. Conte-nos sobre o último livro
que leu ou que está lendo. Basta um relato em forma de comentário em nosso
blog. O OBJETIVO É COMPARTILHAR E SUGERIR leituras; resgatar livros e títulos
que já não nos lembramos deles; conhecer novos autores e novas obras. Enfim,
enriquecer nosso INTELECTO e nosso ESPÍRITO.
Farei o primeiro relato. QUEM SERÁ o (a) PRÓXIMO (A)?
2 comentários:
O livro que estou lendo chama-se "PEDAÇOS DE UM CADERNO MANCHADO DE VINHO", do controverso autor Charles Bukowski. Ele é um autor muito criticado pela Literatura formal; inclusive, era chamado por muito de "velho safado e louco". Contudo, sempre tive curiosidade para ler suas obras, justamente pelas controvérsias e polêmicas que causam. Todas elas, inclusive suas poesias, possuem um cunho intimista e "liberal"; informal, mas sem perder o requinte no vocabulário (por vezes, um tanto picante).
Especificamente, nesta obra Bukowiski reúne uma coletânea de contos ágeis e de leitura ÁCIDA e IMPACTANTE.
Minha escolha dese-se em grande parte porque, nos últimos tempos, li muitas obras técnicas para a elaboração do TCC... Logo, quis variar. E muito... rsrs
Seus livros são um tanto raros, encontrados sobretudo nas Livrarias Cultura e FENAC; sendo que alguns títulos são bem raros no Brasil. E bem caros também, este, por exemplo custa entre R$50 e R$60. Mas vale a pena!!!
Abraços
MARI MONTEIRO
O último livro que eu li foi EDUCAÇÃO SEXUAL EM 08 LIÇÕES da autora Laura Muller.
Este livro destina-se a orientar como trabalhar com este Tema na infância e na Adolescência tanto pais como educadores em geral.
Meu interesse se deu após uma Palestra com a autora, bem como devido problemas cotidianos no Universo Escolar.
Por se tratar de um tema sugerido nos Parâmetros Curriculares dentro dos Temas transversais aconselharia a todos que lidamos com educação lê-lo.
Fica a dica
Beijos
Helena
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