segunda-feira, 1 de junho de 2015

DESAFIO: "CHARLIE, CHARLIE"

POR MARI MONTEIRO



De tempos em tempos, surge uma lenda urbana. De um modo geral, as lendas urbanas possuem como “pano de fundo” os ambientes escolares. De acordo com Felipe Araujo (In. http://www.infoescola.com/folclore/lendas-urbanas - acesso em 1º /06/2015), as chamadas LENDAS URBANAS, estão relacionadas a alguns mitos que ficam gravados para sempre no imaginário popular. 

Tratam-se, assim, de “causos” que são contados há gerações. E, mesmo sem provas concretas sobre quaisquer tipos de lenda urbana até o momento, o IMAGINÁRIO COLETIVO trata de trabalhar em prol do quer “tomar como verdadeiro”; ou seja, a pessoa que conta uma lenda urbana, jura que aquilo, de fato, aconteceu. Quem viu? Não se sabe. Quem contou? É sempre um amigo do amigo... E por aí vai.
Segundo a Wikipédia, as características principais das lendas urbanas são:

► Uma forma narrativa (geralmente uma pequena história, porém bem estruturada);

► Procura sempre se autenticar por meio de testemunhas e provas supostamente existentes;

► As pessoas que as contam geralmente as ouviram de alguém e quando repassam a história costumam confirmá-la como se tivesse sido vivida por ela mesma. 


Fato é que as lendas urbanas atravessam décadas. Quem de nós, adultos, não teve medo de ir sozinho ao banheiro por conta da “LOIRA DO BANHEIRO”?  ou não teve curiosidade sobre  o “Chupa – cabras”?  E a boneca do filme “Annabelle” que foi tão falada e usada para pregar altos sustos? O que diferencia as lendas urbanas “mais antigas” das atuais é a VELOCIDADE com que os “boatos” se propagam com o “auxilio” da internet. Basta abrir qualquer rede social e lá está a lenda urbana da vez: “O CHARLIE”.




Para  ter uma ideia da dimensão do “Desafio: Charlie”, o Jornal Folha de São Paulo, em 27 de maio,2015 publicou um texto sobre o assunto. Para ler, basta acessar o link: http://www1.folha.uol.com.br/tec/2015/05/1634418-nova-brincadeira-do-copo-desafio-do-charlie-vira-fenomeno-na-internet.shtml


Basicamente, o desafio é muito parecido com o “JOGO DO COPO”, onde perguntas eram feitas e o copo se movia rumo às letras para fornecer a resposta. A diferença é que no desafio de Charlie, existem apenas duas alternativas: SIM ou NÃO.


Outro aspecto que chama atenção nesta “brincadeira” é o fato de que o suposto espírito ser mexicano e chamar-se “Charlie”. E os participantes, ao menos na maioria dos vídeos e fotografias divulgados, escrevem as respostas em inglês. E, no momento da brincadeira, as perguntas são feitas ou em Inglês; Português ou em Espanhol. Ou seja, o espírito é poliglota.

Brincadeiras à parte, temos presenciado crianças assustadas com a brincadeira ou com o que ouvem a respeito dela. Há relatos de crianças que, assustadas, não querem mais ir pra escola, porque “Charlie”, supostamente, está lá. 




Há que se considerar que as crianças NÃO POSSUEM O MESMO DISCERNIMENTO E NEM AO MESMO GRAU DE  MATURIDADE que nós adultos temos. Daí a necessidade de intervenção por parte de escolas e famílias no sentido de desmistificar o “Desafio Charlie”. Sobretudo, porque a maioria das crianças que se assustam com esta circunstância, desviam sua atenção, enfocando mais a brincadeira e o medo e a adrenalina dela advindas do que as atividades escolares propriamente ditas.

Tal como as demais lendas urbanas, esta também terá um “tempo útil”. Logo, todos se cansarão da brincadeira em si e dos boatos acerca dela. Ou – quem abe? – aparecerá outra lenda urbana para tomar o lugar de “Charlie”. Enquanto isso não acontece, vale a pena garimpar alguns vídeos que desmistificam o tema (há vários disponíveis no youtube). Ou, com o objetivo de atenuar o medo das crianças menores, encenar uma situações nas quais fique claro que algum participante REAL é quem faz o lápis se movimentar, seja com a vibração da própria voz, seja por estar encostado na mesma etc.


Enfim, o importante é acalmar os ânimos até que, num futuro não muito distante, surja outra lenda urbana...

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